quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A pergunta que não quer calar: por que SP e não RJ?


Hoje eu resolvi ir pra praia. Num tem aquela música Domingo Eu Vou Pra Praia, do Ultraje A Rigor? Então. Troquei domingo por quinta e acordei cedo. Enrolei e cheguei 11h no Posto 9. Nuvens cobrindo o excesso de sol, céu azul entre elas, calor gostoso, mar limpo, sem muitas ondas e geladinho. Queria ter uma lembrança boa antes do mundo acabar.
Eis que, entre corpos dourados e sotaques carregados, me pego pensando se São Paulo é mesmo a escolha certa (já mandei a papelada pra matrícula pelo Sedex). Então eu dei uma boa olhada ao meu redor. Eu me identificava com aquilo? "Olha o mate com limão"; "Partiu?"; "Já é"; "Se pá". Não, eu não me identificava.
Nasci em São Paulo, mas saí de lá aos 3 pra morar em Cuiabá. Hoje adoro a cidade, mas não suportava que tudo acontecesse em São Paulo e nada em Cuiabá. Daí eu vim pro Rio. Apesar da minha família ser daqui e eu estar familiarizada com a cidade, a sensação de "intrusa" nunca deixou de existir. 
Não pensem que eu odeio o Rio: ele é maravilhoso. Mas só pra passar uns dias. É aquilo: férias, verão, praia, Rio; desde que eu me entendo por gente (às vezes a cidade variava). Então, associei Rio de Janeiro a um clube, ou resort, que você vai pra se bronzear, fazer tererê, tatuagem de henna, acha tudo bonitinho e fica meditando sob o sol, e pronto. Depois você volta pra casa. Mas a minha casa é nesse clube. E isso é muito estranho.
Me surpreendi com o funcionamento da cidade: os deliverys vão até  1h, no máximo. Raros são os que ficam a madrugada toda. A cidade adormece mais cedo. Isso me irrita um pouco, não é esse o meu jeito de curtir a vida. 
Os cariocas se divertem de uma forma diferente da minha. Se arrumam de uma forma diferente da minha. Esse negócio de sentir saudade da praia não cola comigo. Praia = férias. É muito bizarro morar nas férias, como escrito acima. Vou para onde ter cabelo azul é normal. Vou para onde acontecem mais festivais. Vou para onde tudo é 24h. Vou na paz. Vou segura: vou pra São Paulo. Um beijo pra quem fica ;*

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Retrô(spectiva)

Perdi o medo de mar. Ganhei uma bata. Briguei. Fiz as pazes. Vagabundeei mais do que o normal. Faltei mais aulas. Viajei escondida pra São Paulo. Tirei um BV. Pintei o cabelo. Me apaixonei. Me iludi. Desencanei. Fiz ménage à trois. Tive aulas particulares 4 vezes por semana. Faltei mais aulas. Me apaixonei de novo. Me iludi de novo. Desencanei de novo. Venci preconceitos. Fiquei com muita gente, e quase todo fim de semana.  Amadureci. Descobri a falsidade. Fui alvo de fofoca. Coraçona. Continuei lendo no recreio. Passei no vestibular. Continuei bagunçando a casa. Quase fui expulsa de casa 2 vezes. Fui amada. Não correspondi. Fiquei com o menino que sou a fim há quase uma década. Vizinhos s2. Perdi voo. Fiquei de 4 recuperações, mesmo com tanta aula particular. Incomodei vizinhos. Dei muita social aqui em casa. Pedi muita comida por telefone. Pedi muito crepe de chocolate com morango e chantilly por telefone. Dei em cima de taxistas. Perdi a chave de casa. Perdi a chave da caixa de correio. Fiquei um mês sem dormir por causa do Slenderman. Me alimentei mal. Não tirei a maquiagem. Tirei o aparelho fixo. Assisti Os Normais no DVD. A TV pifou. A resistência do chuveiro pifou. Perdi simulados. Fui a muito show de rock. Dei muito soco em rodinha punk. Tive uma convulsão. Consegui baixar e executar (sozinha!) um arquivo. Alarguei o furo da orelha. Customizei roupas. Me senti muito sozinha. Comprei CDs.


Não necessariamente nessa ordem.