domingo, 19 de dezembro de 2010

Ch ch ch ch cherry bomb!

Esses dias aluguei The Runaways. A crítica tava falando muito bem sobre o filme. Por causa de Crepúsculo, fiquei com um preconceito com a Kristen Stewart, achava ela muito sem graça e bobinha. Mas meu irmão me garantiu que ela tava muito boa no papel.
Então, vamos lá. A expectativa que o filme me causou não foi atingida. Pensei que seria um filme totalmente excitante, que me faria "headbanguear" e repetir "cherry booomb! Cherry boooomb!". Que nada.
Logo no início achei o filme muito triste. Como não chorar com a menina ingênua (Cherrie Curie, interpretada por Dakota Fanning)que tinha grandes ambições de se tornar artista e ao mesmo tempo, amava seu pai e sua irmã? Que foi obrigada a dizer coisas sujas para fazer parte da banda. Que deixou sua irmã cuidando de seu pai alcoolátra sozinha aturando um bando de tias-avós chatas? Que, deslumbrada com a fama, confusa com o que era certo e o que era errado, topou fazer fotos sensuais e depois se arrependeu amargamente? Que foi afundada nas drogas e no final, já nem se lembrava quem ela era de verdade?
Chorei do início ao fim. Ouvi críticas dizendo "adorei a trilha e o visual das meninas!", "o cabelo delas estava demais!", "no fim do filme, você fica com vontade de ser roqueira também!". Quem liga para os sentimentos das meninas, né?
Tudo isso às custas de um empresário que queria revolucionar e ficar famoso por causa da primeira banda de rock feminina; interessado só no dinheiro, fama e manter a pose de rebelde das meninas. Mas qual empresário não é assim?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

No meio da caminho tinha uma espinha.

Contagem regressiva para as festas. Natal em Búzios, réveillon em Copacabana. Gente que você não vê há um tempão vai. Gente que você vê todos os dias vai.
Vamos checar os itens da lista: depilação? Confere. Manicure? Confere. Bronzeado? A caminho. Cabelo? Confere. Pele? Conf...ei, o que é isso aqui no meu nariz?
Lava o rosto duas vezes por dia, passando esfoliante, adstringente e gel secativo à noite. Não sai. Cutuca. Não sai. Espreme. Não sai. Fura com uma agulha. O que sai é uma gotinha de sangue. Xinga, grita, arranca os cabelos!!! Hum, acho que isso também não adiantou...
Vamos recorrer ao Google: isso não é uma espinha comum, é uma espinha interna.
Ah. Hum. E o que eu faço agora, logo após de receber o telefonema do namorado confirmando o encontro mais tarde? Vamos ver se o corretivo ajuda...e o amor também!
Ok, ele me ama de qualquer jeito. Mas toda vez que nos beijamos o nariz dele toca no meu, e a espinha provoca uma dor lembrando-me de sua existência.
Liga pra dermatologista: "Estamos com a agenda de dezembro esgotada, mas podemos te encaixar em janeiro".
É...já sei o que pedir de Natal: uma pele lisinha e sem espinhas. E feliz ano-novo!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A idade de casar.

"Pesquei sem querer um diálogo entre minha filha e uma amiga dela, ambas com 
13 anos. 'Eu quero me casar quando tiver uns 23'. 'Ah, muito cedo, antes 
quero viajar pelo mundo. Vou me casar com 28'. 

Não me admiro, porque quando eu tinha a idade delas também havia este tipo 
de papo, quero--me-casar-com-tantos-anos. E a faixa não variou muito, 
apenas se estendeu um pouco. Até hoje, entre os 25 e 35, toda mulher quer 
estar bem encaminhada no amor. Se até os 35 não rolou nada de sério, 
salve-se quem puder, porque tem o tal do relógio biológico e seu tic-tac 
macabro. 

Estou falando, naturalmente, das mulheres de Neanderthal. Mulheres modernas nem pensam nisso, casam-se uma vez por ano, tatuam o nome de todos os 
namorados pelo corpo, tudo é pra sempre, tudo já foi, passado e futuro são agora. Um, dois e já, marido novo, é enlaçar e correr pra capa da Caras. 

Mas voltemos à idade das cavernas (o mundo de hoje comporta todos os 
períodos) onde algumas mulheres aindam planejam ter um marido pra vida 
inteira, filhos, um lar estável, essas coisas pré-históricas. Pois bem. Ela 
quer se casar. E não está a fim de esperar pelo grande amor, pois ele 
sempre chega adiantado ou atrasado demais. Vá que ele apareça quando ela 
tiver 18. Nem pensar, ela recém entrou na faculdade e ainda quer beijar 
todas as bocas que cruzarem sua frente. E se o grande amor resolver pintar 
quando ela estiver beirando os 50? Nem pensar também, ela vai ficar se 
distraindo com o quê até lá? Ele tem que chegar na hora combinada: entre os 
25 e 35 anos. Ei, grande amor, agende-se! Senão o pequeno amor vai ficar 
com o prêmio. 

E lá vai o casal para o altar: a neanderthal adestrada pra se casar e o 
pequeno amor promovido a grande amor porque chegou pontualmente. Como é que 
acaba esta história? Na maioria das vezes, acabando. 

Não é uma visão muito romântica dos casamentos, mas realista. Mulheres que 
foram educadas pra se casar não lidam bem com esta história de 'se tiver 
que acontecer, acontecerá'. Nada disso, é imprudência entregar assunto tão 
sério pro destino. Então, ao entrar numa idade em que acreditam estar aptas 
a formar família, passam a ser mais condescendentes com o namorado em 
vigência, e ele pode ser alçado a marido apenas por estar no lugar certo, 
na hora certa. 

Melhor seria se não fôssemos educadas pro casamento, e sim pra ser feliz. 
Melhor seria se a gente não se preocupasse em seguir scripts 
pré-estabelecidos, melhor seria dar uma banana para as convenções e 
obedecer apenas aos sentimentos. Mas o que fazer com a vontade de ter 
filhos? O que fazer com toda a experiência adquirida na infância, quando brincávamos de casinha? 

A gente brincava era de caverninha, e nem sabia."

(Martha Medeiros)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Minha trajetória capilar: uma introdução.

Quem me conheceu aos 15 toma um susto quando me vê agora. Principalmente por causa do meu cabelo. Deixe-me apresentá-lo:
Aos 14, tinha um cabelo ma-ra-vi-lho-so. Acordava e mal precisava pentear. Hidratção? Raramente. E ele era cheio, saudável, sedoso, forte.
Eis que surge uma mudança no meu remédio: ao invés de 3 comprimidos de Depakote, eu tomaria 4.
Ok, sem problemas. Até que, do dia pra noite, meu cabelo ficou fraco, feio, armado e opaco. Os fios ondularam. E não das pontas para a raiz, tendo aquele indefinido incrível. Foi da raiz para as pontas. 
Escola nova, separação dos pais, separação do namorado, e agora essa? É pra morrer mesmo. E foi na escola que o grande problema começou: Como é de praxe, na adolescência sofremos todo o tipo de agressão verbal. A minha foi relacionada à meu cabelo. Tinha cada vez mais vergonha dele. Só andava com ele preso, com faixas ou bandanas. Até que um dia encheram tanto meu saco que resoli fazer escova progressiva. 
Isso mesmo. Durou quatro meses e resolvi reforçar. O cabelo armou de novo, lógico. E deixou uma lembrancinha: Fios completamente lisos na nuca. Só na nuca. Bizarro pra caramba. Procurei uma dermatologista que receitou umas pílulas com substâncias para fortalecer a cabeleira. Funcionou, mas continuava armado e feio. Foi só no meio desse ano que resolvi aceitar que meu cabelo não era mais liso. Fui num cabeleireiro óóótimo, que tirou quatro dedos do cabelo e ressaltou cachos charmosíssimos. Cheguei na escola (no Rio, diferente da outra escola) e a primeira coisa que me falaram foi: "como você ficou linda, Ju! Prefiro muito mais seu cabelo cacheado do que liso." E foi o que bastou para eu me cabelo fazermos as pazes e sermos felizes para sempre. FIM!
Cabelo feio querendo ser liso.


Cabelo feio
                                                   
                   Cabelo bonito