quinta-feira, 6 de outubro de 2011

É só uma fase...

Só na T-shirt rasgada!
Eu tava fazendo o Desafio Musical de 250 Dias quando veio um dia que pedia uma música que me lembrasse uma festa, e eu botei Beat Your Heart Out, dos Distillers. Eu nem conheço Distillers direito, mas ver a Brody Dalle me fez lembrar de que, naquela época, eu queria me vestir que nem ela. De calça justa, blusa preta esfarrapada, All Star puído, lápis no olho e esmalte preto descascando.
Como se não bastasse a pulseira spike...
O único problema é que a minha mãe nunca deixava. E tinha um grupo de meninas de duas séries acima da minha que se vestia que nem ela, e eu e minhas amigas ficávamos na maior vontade de ser assim também. Wannabe? Poser? Não sei. Era coisa da idade. Tinha essa tribo na escola, a gente queria se encaixar e nos encaixamos perfeitamente nesse estilo. 
Daí esses dias eu comentei com a mamãe sobre meus desejos pré-aborrescentes e ela falou:
- É lógico, minha filha, quantos anos você tinha?
Eu tinha uns 10, 11. E "10, 11" pra mim não é mais criança. Mas para minha mãe é (Aliás, nós NUNCA deixaremos de ser crianças aos olhos dos nossos pais ¬¬). Mesmo assim, acho que não justifica. Qual o problema de usar preto todo dia, pintar as unhas e deixá-las descascando, usar pulseira tipo spike e querer fazer moicano (sim, eu queria fazer moicano!)? Deixa a guria seguir seu estilo, é fase.
Olha que belo exemplo!
Eu sei que minha mãe deu um ultimato: me proibiu de vestir roupas pretas. E eu fiquei muito puta e achei aquilo completamente sem sentido, e acho até hoje. Orra, meu, era uma parte da vida que eu estava em um momento de TRANSIÇÃO, querendo me auto-afirmar (isso tá certo?), e aposto que se as tais meninas de duas séries a mais que a minha fossem patricinhas/skatistas/metaleiras/funkeiras eu também gostaria de ser, pois o meio social é algo de uma influência muito grande, só depois, com maturidade, é que você vai definir quem você é de verdade. Mas deixa a pessoa passear por dentre essas tribos. Se não, corre o risco dela ser para sempre a mesma pessoa pro resto da vida. Olha só que chatinho?

3 comentários:

  1. hahah olha, eu nao sou exatamente uma mãe exemplo. tampouco fui uma adolescente exemplo.
    mas eu lembro bem que durante meus 15-17 anos eu me vestia igual um menino: jeans preto, all star sujo, camiseta de banda.
    não era nada comparado a brody dalle, que tem um apelo totalmente sexual. era aquela coisa androgina, largada, até meio grunge se não fossem os spikes (é, eu usava).
    minha mae arrancava os cabelos, falava que tava feio, mas jamais me proibiu. alias, ela nunca me proibiu de nada.

    o resultado?
    eu parei sozinha.
    hoje eu MORRO MORRO MORRO de vergonha dessa fase, porque, convenhamos, ERA MUITO FEIO. mas ao mesmo tempo eu tenho orgulho porque fiz tudo sozinha. descobri um caminho, segui, não gostei, pulei fora.
    eu concordo com voce, de que proibir é pior. daí a gente se depara com TODA UMA GERAÇÃO de adolescentes tardios se comportando (ou vestindo) de forma nada condizente. não que haja uma cartilha de comportamento para cada idade, mas existe uma coisa chamada: BOM SENSO. e é sempre legal a gente ter uma dose extra dele.

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  2. Quando pequena, sempre tive vontade de seguir as modinhas e coisas do tipo, mas nunca o fiz. Ou será que eu fiz e nunca percebi? Bem, eu andava que arrumadinha, porque minha mãe assim me vestia, mas o meu jeito era de menino.. Hoje meu jeito é mais afeminado, mas me visto que nem um muleque, e tudo isso por pura preguiça de me arrumar.

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  3. Puxa vida, acho que nesse sentido, meninos tem uma certa vantagem. Mesmo eu tendo sido criado apenas por minha mãe e irmã, tive uma liberdade considerável. Não me lembro de ter sido reprimido alguma vez, além dos "vc tá ridículo", praxes da minha irmã, haha.

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